"(...) não se pode estabelecer com o professor uma relação de atrito quando o professor pede melhores salários, recebê-los com cassetete ou interromper o diálogo. O diálogo é fundamental no respeito a essa profissão".
Fala da atual presidente durante debate eleitoral.
A fala completa pode ser escutada aqui: https://www.youtube.com/watch?v=5ThtUMN39K8&feature=player_embedded
EDUCA, DILMA!
Se recusar a
negociar com os sindicatos, fingir que a greve não está acontecendo,
que não atinge mais de 44 IFES, que estudantes de diferentes
universidades não estão entrando em greve em apoio ao movimento docente,
que reitorias não estão divulgando o
apoio ao movimento, chamar os professores de irresponsáveis e a greve de
precipitada, não é valorizar os professores e a educação. Queremos
respeito e valorização do nosso trabalho!
Professores em greve, professores em luta!
A Quimera é um monstro mitológico. Fabuloso, possuia corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de dragão. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava. Foi morta pelo herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso. Simboliza aquilo que é produto da imaginação, a fantasia, o sonho e a utopia.
27 de mai. de 2012
21 de mai. de 2012
Sobre a greve dos professores/as das IFES
Reproduzo aqui nota da professora da Faculdade de Educação da UFRJ. São questões que precisam ser pensadas e respondidas por cada um de nós e por todos nós.
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Mariana Cassab
(Professora da Faculdade de Educação da UFRJ)
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Faz quase três anos que ingressei como professora do quadro efetivo da
UFRJ. Considero-me uma professora novata e essa é a primeira vez que
irei enfrentar um período de greve, agora ocupando um novo lugar social.
Essa também é a primeira vez que quase a
totalidade de nossos alunos irá encarar uma greve. Com esse relato, que
compartilho com vocês colegas, procuro narrar e, dessa forma, tentar
organizar algumas das reflexões e sentimentos diante dessa nova
experiência. Minha intenção é principalmente buscar apoio e, quem sabe,
oferecer algum para o enfrentamento dessa greve que se configura. Hoje,
em minha trajetória recente como professora da UFRJ, o que tenho
observado são os espaços coletivos de luta esvaziados, como as
assembleias organizadas pelo nosso sindicato. Em uma universidade que
enfrenta um evidente processo de renovação de seus quadros, sempre me
pergunto porque tantos dos meus colegas, que considero grandes
professores e pesquisadores, não estão ai, porque eu mesma não me sinto
motivada a participar de forma mais orgânica e quais serão as
consequências desse hiato para o futuro da universidade. Será que o
espaço do coletivo sindical na universidade parece não ser valorizado
por conta do volume de trabalho que somos obrigados a dar conta? Pela
lógica produtivista que cada vez mais orienta nosso trabalho? Em função
das formas operantes muitas vezes acusadas de caducas de nossos
dirigentes sindicais? De nossa relação com o trabalho como uma esfera de
atuação e realização individual e imediata e não como produção social e
histórica? Em função de nossa crença na importância do conhecimento e
no valor de nossas pesquisas que nos impele a acreditar que a defesa
pela universidade pública se faz eminentemente na cotidianidade de
nossas ações engajadas e compromissadas com a pesquisa? Por que não nos
reconhecemos como trabalhadores que precisam enfrentar as forças de
exploração do sistema capitalista? Por que nosso compromisso com o
futuro e com o outro está relegado apenas ao plano do discurso?
Vejo que na atualidade enfrentamos, no trabalho na universidade, muitas dificuldades, todavia, considero que esse quadro poderia ainda ser mais severo se não fosse a resistência de professores organizados em um coletivo durante o período FHC. Como aluna da UFRJ, que fui durante a gestão PSDB, recordo-me, por exemplo, do quanto eram escassas ou ausentes bolsas e editais para pesquisa e extensão. Como eram carentes às políticas de auxílio estudantil. Da ausência de concursos públicos, do arroxo salarial dos professores e das greves frequentes e longas dos docentes na luta por salários dignos e melhores condições de trabalho. A universidade de hoje não é resultado apenas da ação de governantes (mais sensíveis ou menos a importância da universidade pública de qualidade e democrática), mas da luta política entre os atores sociais. Assim, a luta empreendida por um coletivo organizado não pode ser invisibilizada, desqualificada ou mitificada, mas deve configurar-se como objeto de reflexão crítica. Afinal, se acreditamos que é nesse espaço coletivo que temos mais força de resistência e de ação, parece que o momento histórico exige a reflexão acerca do porque do seu enfraquecimento e do que é preciso fazer para reverter esse quadro. Como cultivar as sensibilidades a seu favor? Acredito que a defesa pela carreira docente e pela universidade pública se realiza, sim, no nosso trabalho individual ancorado no compromisso com nossas ações de ensino, pesquisa, extensão e administração, mas também no reconhecimento de que as condições de realização dessas ações não são dadas e nem naturais, pelo contrário, são objetos de luta política. Apesar de considerar pertinentes e legítimas, não me parece prudente apoiarmos nossas posições favoráveis ou contrárias à greve no plano de nossas questões individuais. É inexorável que a defesa pela universidade pública, de qualidade e democrática nos exija sacríficos pessoais em alguma medida. Em função disso, também, é tão importante que não nos sentemos sozinhos, que não estejamos isolados, que não permaneçamos calados.
Vejo que na atualidade enfrentamos, no trabalho na universidade, muitas dificuldades, todavia, considero que esse quadro poderia ainda ser mais severo se não fosse a resistência de professores organizados em um coletivo durante o período FHC. Como aluna da UFRJ, que fui durante a gestão PSDB, recordo-me, por exemplo, do quanto eram escassas ou ausentes bolsas e editais para pesquisa e extensão. Como eram carentes às políticas de auxílio estudantil. Da ausência de concursos públicos, do arroxo salarial dos professores e das greves frequentes e longas dos docentes na luta por salários dignos e melhores condições de trabalho. A universidade de hoje não é resultado apenas da ação de governantes (mais sensíveis ou menos a importância da universidade pública de qualidade e democrática), mas da luta política entre os atores sociais. Assim, a luta empreendida por um coletivo organizado não pode ser invisibilizada, desqualificada ou mitificada, mas deve configurar-se como objeto de reflexão crítica. Afinal, se acreditamos que é nesse espaço coletivo que temos mais força de resistência e de ação, parece que o momento histórico exige a reflexão acerca do porque do seu enfraquecimento e do que é preciso fazer para reverter esse quadro. Como cultivar as sensibilidades a seu favor? Acredito que a defesa pela carreira docente e pela universidade pública se realiza, sim, no nosso trabalho individual ancorado no compromisso com nossas ações de ensino, pesquisa, extensão e administração, mas também no reconhecimento de que as condições de realização dessas ações não são dadas e nem naturais, pelo contrário, são objetos de luta política. Apesar de considerar pertinentes e legítimas, não me parece prudente apoiarmos nossas posições favoráveis ou contrárias à greve no plano de nossas questões individuais. É inexorável que a defesa pela universidade pública, de qualidade e democrática nos exija sacríficos pessoais em alguma medida. Em função disso, também, é tão importante que não nos sentemos sozinhos, que não estejamos isolados, que não permaneçamos calados.
Mariana Cassab
(Professora da Faculdade de Educação da UFRJ)
13 de mai. de 2012
Chamada aberta para publicação
DIVULGANDO:
"Será lançada, no segundo semestre de 2012, a Revista Élisée, publicação editorada pela Universidade Estadual de Goiás. O nome da revista foi escolhido em homenagem a Élisée Reclus (1830-1905), importante nome na história do pensamento geográfico. Sua política editorial foi elaborada seguindo os padrões Capes de qualidade para periódicos e tem com principal objetivo ser mais um meio de divulgação da produção acadêmico-científica das diferentes áreas da Geografia, além de possibilitar
uma ampla divulgação dos materiais publicados, para isso contamos com
um conselho editorial e científico formado por renomados professores e
pesquisadores em âmbito nacional e internacional".
8 de mai. de 2012
Entrevista: Bertha Becker
ENTREVISTA COM A PROFA. BERTHA BECKER
Originalmente publicada em: http://oglobo.globo.com/blogs/razaosocialEm 27 de abril de 2012
Há mais de 40 anos, a geógrafa Bertha Becker viaja para realizar pesquisas na Amazônia. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela conhece a região na palma da mão a ponto de ser consultora do governo federal para os temas relativos ao bioma. Por isso mesmo, foi convidada para ser debatedora em dos painéis da programação oficial da Rio + 20. Vai falar sobre florestas, assunto que escolheu como objeto de pesquisa em 1970 quando pisou pela primeira vez na Floresta Amazônica. Nesta entrevista ela faz uma crítica ao Rascunho Zero. Diz que ele favorece a iniciativa privada e não aborda como o atual sistema econômico gera problemas ambientais sério, como a perda da biodiversidade. Ela também faz uma crítica ao termo Economia Verde, por ser genérico demais.
A senhora faz uma crítica ao Rascunho Zero, documento preparatório das Organização das Nações Unidas (ONU) para a Rio + 20. Por que?
BERTHA BECKER - O texto defende a mercantilização da natureza. É a lógica capitalista transposta para a natureza. Teremos mais um mercado, dos produtos e serviços da natureza, mas não vamos discutir novas formas de desenvolvimento. É mais uma tentativa para sair da crise econômica e não um novo mecanismo de desenvolvimento, mais responsável, como precisamos. Também acho que o rascunho não aborda, por exemplo, de que forma o atual sistema econômico gera problemas ambientais, como a destruição da biodiversidade. Temos que debater isto para criar novos mecanismos de desenvolvimento. O documento fortalece a iniciativa privada. Favorece a criação, por exemplo, de mercados de carbono e não trata de sistemas de regulação. Nós precisamos da iniciativa privada, mas não podemos ficar submetidos a ela. Porque favorecer a criação de mercados de carbono privados e não criar bolsas de carbono nos estados reguladas pelo poder público? Imgine Manaus com uma bolsa de carbono? É importante favorecer a iniciativa privada, mas a Ciência e o Estado devem estar também a serviço de um novo modelo de desenvolvimento.
A senhora também faz críticas ao conceito de Economia Verde, não é?
BERTHA BECKER - Sim. O que é Economia Verde? Como se pode falar em apenas uma Economia Verde. O que é bom para a Europa não é bom para o Brasil. São muitas Economias Verdes, pois as realidades dos países são diferentes. O termo é genérico demais e não dá conta das diferenças regionais. Também não entendo a associação de Economia Verde com redução de pobreza, pois como já disse ela (a Economia Verde) se baseia na lógica capitalista de produção que promove exclusão. Não sei, por exemplo, como a venda de créditos de carbono por empresas privadas pode ajudar a reduzir a pobreza. Esta relação para mim não é clara.
O que seria Economia Verde para a realidade brasileira?
BERTHA BECKER - Somos um país que desperdiça. Desperdiçamos recursos naturais, alimentos, energia. Desmatamos mais do que devíamos e do que podíamos. E exportamos sem agregar valor aos produtos. De modo que Economia Verde para o Brasil significa reduzir o desperdício, como, por exemplo, investir em eficiência energética; reduzir o desmatamento, criando uma indústria madeireira responsável; e criar indústrias de beneficiamento para os produtos e não mais exportá-los in natura, o que geraria empregos.
O que está em jogo, hoje, na Rio + 20?
BERTHA BECKER - Durante a ECO 92 o que estava em jogo era a preservação da Amazônia. Era uma questão internacional. Hoje são muitos os problemas. Há os países insulares que vão sofrer com o auamento do nível do mar. Há a questão da distribuição de alimentos. No Brasil, temos que vencer a luta contra a pobreza, combater o desmatamento, criar uma indústria de beneficiamento, ter um olhar atento para a classe C, que acaba de ascender a condição de consumidor. Enfim, são muitas as questões em jogo na Rio + 20.
1 de mai. de 2012
Dia Internacional do Trabalhador
bairro de Heymarket, em Chicago - EUA, milhares de trabalhadores foram as ruas lutarem por melhores condições de trabalho, dentre elas, pela redução da jornada para 8 horas semanais. A manifestação foi acompanhada por uma grande greve geral e dias sucessivos de luta e confronto com a polícia, resultando na morte de 12 trabalhadores e o julgamento e de alguns dos líderes do movimento.
Em 9 de
outubro foi dada a sentença: Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte
na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
Em 1889, pela realização da Segunda Internacional Socialista o 1º de maio ficou definido como sendo o Dia Internacional do Trabalhador.
"Se com o nosso
enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de
milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a
redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca,
mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas
crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!" (Spies)
"Arrebenta a tua
necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o
pão".
"A propriedade das
máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das
mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da
natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do
trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do
homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do
socialismo" (Parson)
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